Avaliação Nissan Frontier Attack: Na configuração intermediária e aventureira de R$ 270.590, picape investe no custo/benefício

avaliacao nissan frontier attack (3)
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Na configuração intermediária e aventureira Attack, a Nissan Frontier investe na relação custo/benefício para ganhar atratividade na acirrada briga das picapes médias

A Frontier desembarcou no Brasil em 1998, importada do Japão, e em 2002 tornou-se o primeiro Nissan “made in Brazil”, montada na fábrica da Renault em São José dos Pinhais, no Paraná.

Após o encerramento da produção nacional, em 2016, a picape média ganhou uma nova geração (a atual), que voltou a ser importada em março de 2017, trazida inicialmente do México e, desde o final de 2018, da fábrica de Córdoba, na Argentina.

O modelo da Nissan nunca esteve entre as picapes médias mais vendidas no Brasil, mas, nos últimos anos, a briga no segmento está cada vez mais difícil.

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Em 2024, a Frontier fechou o ano em quinto lugar, com 9.265 emplacamentos, superada pela líder Toyota Hilux (50.021 emplacamentos) e pela Ford Ranger (31.863), pela Chevrolet S10 (27.407) e pela Mitsubishi Triton (10.985).

Contudo, no último trimestre do ano passado, a picape da Nissan já foi ultrapassada nas vendas também pela Volkswagen Amarok e pela Fiat Titano. Em 2026, deve ser apresentada uma nova geração da Frontier – que estreará primeiro na Ásia e na Oceania.

Para tentar manter-se competitiva no Brasil enquanto a nova geração não chega, a Frontier trouxe algumas novidades estéticas na linha 2025, apresentada em junho do ano passado.

As inovações ficaram concentradas na versão intermediária e aventureira Attack, equipada com o biturbo de 190 cavalos de potência e 45,9 kgfm de torque.

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Na linha 2025, a Attack manteve o estilo sem cromados na carroceria. Os quatro para-lamas alargados da Attack ganharam molduras escuras, que dão ao modelo um visual agressivo e robusto.

O para-choque traseiro passou a ser preto, enquanto o dianteiro traz apliques negros criando um aspecto de fusão com a ampla grade trapezoidal em preto fosco – que ressalta o novo logo da Nissan com detalhes em branco.

O nome “Frontier” aparece em baixo relevo, na parte alta da grade. Os grafismos, uma das marcas da configuração, aparecem no capô, nas laterais da caçamba e na parte inferior das quatro portas.

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Os faróis halógenos agregam projetores de leds quádruplos com luz de circulação diurna em forma de “C” – apenas a partir da XE os faróis e as lanternas passam a ser full-led.

As maçanetas externas e da caçamba, os estribos, o santantônio e o rack da Attack são pintados em preto. Os faróis têm máscara negra e os de neblina têm moldura preta.

As rodas de 17 polegadas contam com pneus All Terrain 255/65. O protetor de caçamba não é item de série – mas é opcional.

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As lanternas trazem o mesmo desenho trapezoidal e verticalizado de toda a linha, assim como a tampa da caçamba com o nome “Frontier” em baixo relevo. Por dentro, a base do volante ganha um aplique, similar aos da série especial do X-Play do Kicks.

De resto, a Attack mantém o padrão estético de toda a família da Frontier, preservando o conceito que chegou à picape na linha 2023, apresentada em abril de 2022.

As dimensões permanecem em 5,26 metros de comprimento, 3,15 metros de entre-eixos, 1,85 metro de largura e 1,87 metro de altura, com 1.054 litros e 1.027 quilos de capacidade na caçamba e 73 litros no tanque de combustível.

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Em termos de motorização, foram mantidas as duas configurações do propulsor de 2,3 litros a diesel – um biturbo de 190 cavalos e 45,9 kgfm de torque com câmbio automático de 7 velocidades para as opções mais caras.

Há ainda um motor biturbo com 163 cavalos e 43,3 kgfm, com câmbio manual de 6 marchas, somente para a básica S. De série, toda a linha Frontier tem controles de tração e estabilidade, bloqueios manual e automático de diferencial, freios ABS com EBD, controle automático de descida e auxílio de partida em rampa.

A Attack acrescenta controle eletrônico de frenagem e câmera de ré. A Frontier tem seis versões, todas com seis anos de garantia.

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Um diferencial da picape da Nissan em relação à concorrência é a suspensão traseira multilink com barra estabilizadora e molas helicoidais independentes – a configuração usual no segmento de picapes médias no Brasil é suspensão traseira com eixo rígido e feixe de molas.

Já a suspensão dianteira tem uma configuração mais comum, com braço duplo e barra estabilizadora.

A linha da Frontier começa em R$ 246.490 para a versão S, vai a R$ 256.390 para a SE, sobe para R$ 270.590 na Attack, chega a R$ 284.390 na XE e atinge R$ 312.590 para as “tops” Platinum e Pro4X.

avaliacao nissan frontier attack (9)
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Nem tão despojada quanto a S e nem tão equipada quanto a Platinum e a Pro-4X, a intermediária Attack tem como grandes destaques o visual aventureiro e a relação custo/benefício, que equilibra a oferta dos equipamentos com um preço R$ 40 mil abaixo das topo de linha.

A Frontier Attack é disponível nas cores Vermelho Alert, Branco Aspen, Cinza Grafite, Preto Premium ou Azul Cayman (a do modelo testado), que não alteram o preço.

Experiência a bordo – Convivência pacífica

Como é usual no segmento de picapes médias, os plásticos duros dominam o interior da Frontier Attack. O volante revestido em couro sintético tem apenas ajuste de altura, não de profundidade, e incorpora piloto automático e comandos de mídia, telefonia e computador de bordo.

Alças no alto das portas e nas colunas facilitam o acesso. Os espaços, tanto na frente quanto atrás, são amplos. Nos bancos, com acabamento de tecido e detalhes em relevo, a Nissan oferece a tecnologia “Gravidade Zero”, para reduzir a fadiga e melhorar o conforto.

avaliacao nissan frontier attack (8)
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Há mais de duas dúzias de compartimentos para guardar coisas à disposição no habitáculo. A chave da Attack é do tipo canivete – a ignição por botão é disponível apenas a partir da XE.

O cluster dos instrumentos, que mistura partes analógicas e digitais, tem estilo conservador e conta com tela de TFT de 7 polegadas. O sistema multimídia A-IVI tem tela de 8 polegadas no console central.

Compatível com Android Auto e Apple CarPlay (com espelhamento por cabos), o multimídia oferece recursos como streaming de áudio por Bluetooth, reconhecimento de voz e navegação.

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O ar-condicionado é de uma zona e manual, com saídas para o banco traseiro. São três entradas USB para carregar dispositivos e garantir conectividade e ainda duas entradas de 12V para carregar aparelhos na cabine – além da disponível na caçamba.

Um detalhe singelo na cabine expressa a típica racionalidade japonesa: junto às portas dianteiras, dois porta-copos retráteis são posicionados estrategicamente abaixo das saídas do ar-condicionado – o que ajuda a manter a bebida gelada.

Impressões ao dirigir – Múltiplas adequações

Embora não seja dos mais potentes da categoria de picapes médias, o motor 2.3 biturbodiesel da Frontier Attack entrega 190 cavalos e 45,9 kgfm de torque, dá conta do serviço e se entende bem com o câmbio automático de 7 marchas com função manual sequencial.

A transmissão gerencia com eficiência as mudanças e proporciona um desempenho vigoroso. O torque máximo aparece de 1.500 a 2.500 giros e permite retomadas decididas e ultrapassagens consistentes.

No console central, próximo da alavanca do câmbio, um seletor permite a escolha do modo de condução entre quatro opções: “Standard” – para situações normais na cidade e estrada –, “Sport” – mantém a posição de marcha mais baixa levando a rotações mais altas e garantindo potência do propulsor e freio-motor mais forte –, “Off-Road” – modula o acelerador para manter as rotações altas e ganhar força em baixas velocidades – e “Tow” – para usar com carga máxima ou ao puxar um reboque (até 2,8 toneladas).

Esse recurso complementa as opções de tração 4×2, 4×4 High e 4×4 Low. O zero a 100 km/h pode ser feito em 11,3 segundos, com velocidade máxima de 180 km/h. Conforme o Inmetro, o consumo fica em 9,3 km/l na cidade e 11 km/l na estrada.

Com o tanque de 73 litros cheio, dá para rodar cerca de 800 quilômetros na estrada.

A direção hidráulica da Frontier é menos suave em comparação à direção elétrica progressiva de algumas rivais, porém não chega a tornar a picape cansativa. No asfalto, a Attack é agradável de se dirigir e oferece corretas respostas de aceleração e de frenagem.

Estacionamentos apertados devem ser evitados – recomendação válida para qualquer picape média.

A suspensão dianteira tem ajuste focado no conforto, enquanto o sistema multilink com molas helicoidais na traseira oferece um bom equilíbrio dinâmico, tanto com o veículo vazio quanto com a caçamba carregada.

A suspensão é bem acertada – nas ruas esburacadas, absorve bem os impactos. Os freios, com discos ventilados nas quatro rodas, funcionam com eficiência. A estabilidade no fora-de-estrada também é correta, seja sobre dunas de areia, lama ou pedras.

O sistema Shift On The Fly aciona as opções de tração integral e reduzida quando o motorista gira um comando no painel.

Tecnologias como o controle inteligente de descida e o sistema inteligente de partida em rampa atuam automaticamente nos freios do veículo para controlar o carro nas descidas íngremes e saídas da imobilidade em aclives.

Os ângulos de ataque de 31,6 graus e de saída de 25,8 graus e os 24,9 centímetros de vão livre em relação ao solo, associados à tração 4×4 com reduzida e aos modos de condução, permitem transpor trilhas sem estresse.

Ficha Técnica – Nissan Frontier Attack 4×4 AT

Motor: 2.3 a diesel, 2.298 cm3, dianteiro, longitudinal, biturbo, quatro cilindros, 16 válvulas, injeção direta de combustível
Potência: 190 cavalos a 3.750 rpm
Torque: 45,9 kgfm a 2.500 rpm
Transmissão: automática de 7 marchas
Tração: 4×4 com reduzida
Freios: disco ventilado na dianteira e na traseira
Direção: hidráulica
Suspensão: dianteira com braços sobrepostos e barra estabilizadora, traseira multilink, barra estabilizadora e molas helicoidais
Rodas e pneus: liga leve 255/65 R17 All Terrain
Dimensões: comprimento de 5,26 metros, altura de 1,86 metro, largura sem retrovisores de 1,85 metro e distância de ente-eixos de 3,15 metros
Peso em ordem de marcha: 2.075 quilos
Preço: R$ 270.590


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Autor: Luiz Humberto Monteiro Pereira - AutoMotrix

Jornalista carioca que trabalha com jornalismo automotivo desde 1992. Em 2018 criou a Agência AutoMotrix e, em 2020, a revista "Roda Rio".