A Honda atualizou seus dois modelos compactos de entrada com mudanças importantes e o City hatchback 2025, assim como o irmão sedã, ampliou seus atributos. Na versão Touring, o modelo agrega um pacote tecnológico interessante.
Com preço de R$ 145.700, o Honda City Touring na versão hatchback mantém a essência de um carro racional, que se apoia na confiabilidade da marca e em outros atributos que contaremos a seguir.
Equipado com motor 1.5 litro com injeção direta e 126 cavalos, o City hatchback é um dos poucos do seu segmento que consegue estar numa posição mais elevada em tecnologia e, infelizmente, em preço.
Vale a pena?
Contraste visual
O Honda City 2025 recebeu um reforço no visual que o deixou mais moderno e atraente, com faróis full LED, bem como luzes diurnas mais envolventes e uma grade, na Touring, em cromo escuro.
A grade, com malha dotada de elementos pentagonais, dá um ar mais esportivo ao City Touring, que também reforça esse ar mais enérgico com rodas de liga leve escurecidas.
Molduras pretas com faróis de neblina na frente e ponteira de escape cromada também reforçam a proposta. Com lanternas traseiras parcialmente em LED, o City Touring completa seu visual sem teto solar, mas com a antena barbatana.
Dentro, o ambiente não compartilha do contraste visual externo, onde a esportividade é adiciona a um pacote não tão atraente nesse sentido, tendo, por exemplo, rodas aro 16 no lugar de 17 ou 18 polegadas.
No interior, o City Touring é sóbrio, sem elementos esportivos ou luxuosos, contando apenas com apliques em preto brilhante e bancos em couro simples.
Conservadora, a Honda manteve a instrumentação analógica mesmo sendo digital, num painel bem completo e fácil de usar.
O volante em couro tem bons ajustes, paddle shifts e comandos do ACC com seus recursos adicionais, sem esquecer a haste com o LaneWatch.
Já a multimídia com nova tela plana de 7 polegadas com Android Auto e CarPlay sem fio, além de câmera de ré com melhor resolução.
O carregador indutivo de smartphone é um ganho importante, assim como o freio de estacionamento eletrônico com brake hold.
Alterações suaves no acabamento também ajudam, bem como ar condicionado dual zone, que deixam o ambiente mais agradável.
Mas o bom mesmo é espaço interno do City hatch, que é insuperável. Atrás, é como estar num Honda Accord, só que mais estreito, com duas pessoas de 1,85 m cabendo na frente e atrás sem encostar joelho em banco dianteiro.
As portas de ângulo de abertura grande dão as boas-vindas, com o assento traseiro bipartido e com apoio de braço/porta-copos, mais difusores de ar. Já o porta-malas é pequeno, com 268 litros. Quer bagageiro? City Sedan. Quer espaço traseiro exagerado? City Hatch.
Desempenho suficiente
O Honda City 2025 tem um conjunto mecânico bem conservador e busca explorar mais da propulsão de aspiração natural, focando no conforto ao dirigir e economia. Por isso, nada de busca por desempenho com um 1.0 Turbo ou um 1.8 aspirado.
O L15B é um quatro cilindros de alumínio com duplo comando VTEC e injeção direta flex, mas chama atenção por trabalhar bem tanto em giro baixo quanto acima de 6.000 rpm.
Com boa taxa de compressão, esse 1.5 litro apresenta uma faixa de trabalho exemplar.
Não há respostas imediatas como um turbinado, mas sua vida é mais mansa, operando em faixas mais adequadas para economia.
O CVT de sete marchas é bem calibrado e dá a esperteza em cidade, que precisamos. Ele não deixa a peteca cair nesse sentido, faltando apenas em alta, o que lhe é natural.
Com 126 cavalos a 6.200 rpm e 15,5 kgfm na gasolina e 15,8 kgfm no etanol, ambos a 4.600 rpm, o L15B parece um motor de alta performance com tais giros elevados, mas fica longe disso.
Por isso, além do visual mais apelativo, o City Touring é um grande contraste.
Feito para andar mansamente, o City hatch é até ágil, com boas saídas, controle de rotação adequado, ficando na casa dos 1.500 rpm, mas subindo gradualmente até quase 6.500 rpm se forçado. Na estrada, ele fica na casa dos 2.200 rpm.
Pisando fundo, ele vai esgoelar e o CVT deslizará bonito, dando aquela sensação de fraqueza, mas essa não é a proposta do carro, caso contrário, teríamos um City Si com um 1.5 Turbo e aros 18 polegadas, fora o câmbio manual…
Os paddle shifts estão lá para quem um dia quiser usá-los numa situação que exija extrair mais desse conjunto.
Há também o modo S na alavanca, sempre mantendo o giro mais alto para retomadas e saídas mais nervosas, porém, sempre a depender do CVT para algo mais animado.
Já o modo Econ atenua um pouco esse conjunto, reforçando a frugalidade da proposta. É um motor suficiente para o Honda City e quem conhece o carro sabe que é nele que há o equilíbrio do produto.
Na cidade, o City hatch é um doce para o consumo com gasolina, diga-se de passagem, com 13,5 km/l, enquanto a 80 km/h faz 18,2 km/l. Já a 100 km/h, ele fica em 17,3 km/l e a 120 km/h, registra 16,5 km/l. Seu pequeno tanque de 39,5 litros agradece.
Confortável, o Honda City hatch tem uma boa posição de dirigir, com ajustes para todos os tamanhos, além de direção bem progressiva e freios bons para sua missão. O carro “veste” o condutor e isso é ótimo.
Todavia, a suspensão é feita para pisos bons, com asfaltos lisos ou pavimentos mais regulares, pois o curso é curto e fica fácil chegar ao final em depressões, valetas e buracos. Como o City é naturalmente baixo, é preciso fugir de certas lombadas grotescas.
Com o carro cheio, o City hatch fica mais duro e desconfortável em ruas ou estradas cheias de ondulações, remendos e outras imperfeições. É uma característica do carro e quem tem City ou Fit sabe muito bem do que estamos falando.
Tendo boa estabilidade, peca por não ter rodas maiores, que dariam melhor handling, ainda que o prejuízo viesse em ruas esburacadas, hoje quase inevitáveis. E olha que os pneus são 185/55 R16… Mais altos, melhoraria o conforto.
Já o Honda Sensing é o que todo carro em sua faixa de preço e bem abaixo deveria ter, com controle de cruzeiro adaptativo que centra o carro na faixa, corrige e tem até assistente de saída e ponto cego, fora o LaneWatch. Faz até curvas longas sem as mãos…
Não é o melhor custo-benefício
O Honda City Touring em sua versão hatchback, assim como o sedã, não apresenta o melhor custo-benefício, já que o EX tem o Honda Sensing, a cereja do bolo, e parte de R$ 129.500.
Obviamente, coisas como o LaneWatch ajudam muito, especialmente no trânsito urbano, mas por R$ 130 mil, ter um pacote ADAS completo realmente faz diferença.
Por isso, a versão Touring acaba não sendo tão vantajosa. Obviamente, quem quer tudo, não terá alternativa.
O pacote visual é até interessante, mas o contraste entre parecer esportivo e ser um carro bem-comportado no final não agrada. Falta o teto solar elétrico, já que se trata de um topo de linha.
No mercado, ele é o hatch compacto não elétrico mais caro, mas também o mais completo. É um bom carro, mas não compensa pagar tudo isso.
Honda City Touring hatchback 2025 – Galeria de fotos
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