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Não há dúvidas de que a Stellantis, com seu lado italiano sempre num olhar adiante, deu um importante passo na direção da eletrificação no país com dois modelos da Fiat. Um deles é o Fastback Hybrid, que avaliamos na versão topo de linha, a Impetus.
O SUV de estilo cupê, fabricado em Betim, mantém seu visual interessante, espaço interno e enorme porta-malas, assim como o já conhecido motor GSE 1.0 Turbo de até 130 cavalos. Com CVT, o compacto da Fiat agrega uma tecnologia para reduzir consumo e emissão.
Não é uma excentricidade, já que o impactante Proconve L8 mostra que mudanças mais radicais se apresentam no horizonte e a perda de potência é só o começo.
Assim, com sistema híbrido leve MHEV, o Fastback se insere na próxima fase desse jogo ambiental importante.
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Na Impetus, o Fastback Hybrid custa R$ 165.990, R$ 6.000 a mais que a versão sem o recurso da eletrificação e que, acreditamos, deve sair de linha em breve. Tendo alguns poucos diferenciais, os principais estão no cofre e sob o banco do motorista.
Tudo isso, no final, vale a pena? Poderíamos antecipar nossa opinião, mas um detalhe nos deixou decepcionados e não foi o preço. Então, vamos ver o que este Fiat Fastback Hybrid tem a contar sobre si e o que realmente descobrimos dele.
Boa aparência da traseira
Ele já recebeu alguns apelidos e até mesmo uma citação pejorativa, infelizmente direcionada ao comprador. Mas, deixemos essas vicissitudes do ser humano de lado, e foquemos nele, um carro de visual agradável e bonito na traseira.
A tradicional carga emocional dos italianos se faz presente na frente expressiva, com grandes faróis de LED e detalhes em preto brilhante. Na traseira, o conjunto com lanternas em LED afiladas e a tampa inclinada sem limpador criam uma aparência bonita, que chama a atenção.
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A frente meio truncada contrasta com uma carroceria fluida, com teto preto e saias de rodas protegidas, que destoam um pouco.
Já as rodas de liga leve aro 18 polegadas apresentam um design agradável e correspondente à proposta do Fastback Impetus.
Diferente da versão comum, apenas o badge “Hybrid” ao lado do “Turbo200” na tampa do bagageiro. Dentro, o ambiente escurecido não revela a tecnologia a bordo, mas se os detalhes referentes ao MHEV forem bem observados, eles estarão visíveis.
A começar pelo cluster digital com nível de bateria, emprega da potência do sistema (em kW) e informações sobre o funcionando do sistema, embora numa animação bem simples. A Fiat não quis gastar com firulas animadas e está certa, já que o objetivo é entregar a eficiência.
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O display de sete polegadas tem ainda dados de performance com pressão do turbo e força G, mas o interesse do dono estará no consumo.
Já a multimídia em tela de 10,1 polegadas continua boa com sua conexão sem fio para Android Auto e CarPlay. A câmera de ré tem boa visualização.
No mais, o Fastback Impetus Hybrid é igual ao modelo sem eletrificação, com bancos confortáveis em couro, embora um tanto estreitos, bom espaço traseiro para as pernas e saídas de ar para quem vai atrás. O volante de visual esportivo, com botão do motor Sport em destaque, além de paddle shifts.
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O console com freio de estacionamento eletrônico e auto-hold são bem-vindos, assim como carregador sem fio para smartphone, pacote de assistência remota e conexão USB-A/C. Mais sóbrio que há alguns anos, o ambiente desse Fiat reflete um amadurecimento da marca.
No caso do MHEV, ele pode ser visto ao se observar no assoalho junto ao banco do motorista, um aviso em vermelho para não colocar os pés em cima de uma das partes da bateria de lítio. Ela fica sob o assento do condutor e está bem protegida.
O porta-malas com 516 litros é pouco menor que o do Cronos (525 litros), porém, é bem mais acessível pela enorme tampa e com uma cobertura interna versátil, embora bem simples. Faz falta um limpador? Sim, mas o vidro não suja tanto quanto num hatch ou SUV, devido à posição.
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Desempenho bom, consumo urbano ruim
Equipado com o motor GSE 1.0 Turbo Flex, o Fiat Fastback Hybrid não tem o que reclamar de desempenho, já que entrega 125 cavalos na gasolina e 130 cavalos, ambos a 5.750 rpm. Já o torque é de 20,4 kgfm a 1.750 rpm.
O que ele tem de diferente é mesmo o sistema MHEV de 12V, também conhecido como micro híbrido ou híbrido leve. Seja como for chamado, trata-se de um motor elétrico/gerador no lugar do alternador, mais duas polias tensoras e uma correia especial ligado ao virabrequim.
Esse motor elétrico é alimentado por uma bateria de lítio de 12V e 0,132 kWh. O que se sabe é que o motorzinho entrega 4 cavalos e 1 kgfm, mas eles não são contabilizados pelas marcas nos números de potência e torque dos carros.
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Durante o teste, o Fiat Fastback Hybrid operou normalmente com seu sistema híbrido, aplicando torque em saídas no trânsito, assim como recuperando energia nas desacelerações. Em nenhum momento o MHEV apresentou falhas de operação.
No desempenho, o Fiat Fastback Hybrid se porta bem como a versão “purista”, indo de 0 a 100 km/h em 9,4 segundos com final de 196 km/h. Tem boas saídas e disposição para retomadas pontuais, elevando o giro até 6.500 rpm.
O câmbio automático de seis marchas responde bem às solicitações do motor, assim como o modo Sport garante mais agilidade ao conjunto numa tocada mais animada…
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Os paddle shifters também contribuem para extrair um pouco mais antes da ECU segurar o “Impetus” do motorista.
Na cidade, vive-se bem a 1.500 rpm, mas o MHEV do Fiat Fastback Hybrid não desliga o motor antes de parar como em outros sistemas semelhantes.
Também não é perceptível a aplicação de potência e torque, mas pesando 1.271 kg, o SUV de estilo cupê nem precisa muito disso.
Já na estrada, o MHEV age mais sutilmente, com recuperação de energia feita rapidamente e sem uso durante a maior parte de qualquer percurso.
Ultrapassagens bem tranquilas e retomadas mais que suficientes para sua proposta. Não tem o que falar.
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Mas, no caso do consumo… O beberrão GSE já era notório, mas parece ter ficado pior com a hibridização. Não vimos a economia prometida, pelo contrário, na cidade, o Fiat Fastback Hybrid fez média de 7,5 km/l. Etanol? Não! Gasolina… Problemas no carro? Não.
A decepção só não foi maior porque, na estrada, fez ótimos 18,8 km/l a 80 km/h, 17,9 km/l a 100 km/h e 17,3 km/l a 120 km/h. Isso era mesmo esperado, dada sua boa aerodinâmica e conjunto mecânico.
Com freio de estacionamento e auto-hold, o Fiat Fastback Hybrid é bom na cidade, enquanto na estrada, a dirigibilidade é agradável, com freios pontuais, direção responsiva e boa estabilidade com seus pneus 215/45 R18, que ajudam muito nas curvas.
Para completar o bom conjunto, o Fiat Fastback Hybrid tem ainda controle de cruzeiro e alerta de faixa, com pouca atuação em correção. No mais, tirando o péssimo consumo urbano, o crossover cupê da marca italiana se porta bem.
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Não vale o esforço, mas há uma exceção
O Fiat Fastback Impetus Hybrid custa R$ 6.000 mais que a versão Impetus “purista” e isso evidentemente não vale a pena se o consumo não melhorou de fato. Obviamente, são nossas observações, uma vez que conhecemos um dono de Fastback Hybrid (Audace) que disse estar fazendo média de 7,0 km/l no etanol.
Seja como for, para quem mora na cidade de São Paulo, dos males, o menor, já que se beneficia de isenção de rodízio e 50% menos de IPVA. Ajuda? Com certeza, mas somente nessa condição. Obviamente, existem Estados que consideram “híbrido” o Fiat Fastback Hybrid e dão incentivos localizados.
No mercado, o MHEV mais próximo é o Kia Stonic, que é bem mais eficiente, embora apenas com gasolina e de tamanho menor. Seu preço também fica abaixo: R$ 154.990. Este, então, fica mais para o Fiat Pulse Hybrid do que para o Fastback.
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Fiat Fastback Impetus Hybrid 2025 – Galeria de fotos
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