
Ele surgiu para ser o carro elétrico mais barato da Chevrolet nos EUA, mas não há como fazer mágica e o Equinox EV simplesmente não cumpriu a meta.
E o que isso tem a ver com o Brasil? Bem, agora ele está por aqui e mostra que realmente passa longe de um preço competitivo.
Ainda que seja na versão AWD, mesmo vindo do México com suas facilidades tributárias, o Chevrolet Equinox EV é bem caro, custando R$ 433.690, o preço de um SUV de luxo e igualmente elétrico. Então, por que apostar num carro de marca tradicional tão caro?
Com 292 cavalos e desempenho de esportivo, o Equinox EV é um carro que precisa ser compreendido, já que ele não é bem o que parece e nem o que a GM queria dele.
Grande, este crossover exagera não só no visual, mas também na tecnologia a bordo. Será que, diante disso, vale a pena? Calma que tem mais…

Visual desconexo
O Equinox EV tem um visual bem desconexo dos demais carros “comuns” da Chevrolet, com uma barra de LED que percorre toda a frente, enquanto os faróis full LED ficam em segundo plano como se fossem auxiliares.
O crossover elétrico tem ainda para-choque com uma pequena máscara em forma de vinco, enquanto a carroceria baixa e larga conta com maçanetas retráteis. Atrás, as lanternas full LED são integradas sobre a tampa de acionamento elétrico.
Com teto solar panorâmico, o Equinox EV conta ainda barras no teto e rodas de liga leve aro 19 polegadas com pneus 245/55 R19. Dentro, o elétrico da Chevrolet mescla alta digitalização e acabamento simples.

Sem luxo, o Equinox EV tem acabamento em tecido e couro, com revestimentos escuros nas portas, chamando mais atenção pela guarnição em azul-claro fosco no painel, portas e console.
O volante é moderno, mas não chamativo, com paddle shift esquerdo para recuperação de energia, tendo ainda aquecimento e alavanca de transmissão na coluna.
No painel, duas telas grandes, com 12,3 polegadas para o cluster e 17,7 polegadas para a multimídia. Apesar da proposta, o ar condicionado não é dual zone.
Na instrumentação, o Equinox EV apresenta um layout agradável com várias telas de fácil compreensão, além de um mapa inteiro do Google Maps. Já o infotainment é o Google Built-In, que funciona de fato se você conectar no sistema do Google.

Tem Maps, Spotify e Waze nativos, entre outros, além de funcionalidades do carro, mas não somente isso. Com câmera de 360 graus, o Equinox EV fica menos difícil de estacionar e falaremos disso adiante.
Nessa tela, o SUV tem comandos operacionais do veículo, como desligar imediatamente, deixar o carro ligado por 30 minutos e até ajustar o freio regenerativo. Também tem funções de climatização até dos assentos, com climatização nos dianteiros.
O Equinox EV tem iluminação variada na iluminação em LED interna e no console, há um carregador indutivo somente para iPhone… O freio de estacionamento eletrônico fica no painel e o botão de alerta fica no teto ao lado do OnStar físico.

O ambiente é amplo e confortável, com ventilação nos assentos dianteiros e aquecimento em quatro lugares, com persiana elétrica interna e entradas USB-C. Na frente, os bancos tem ajustes elétricos.
Já o bagageiro tem 441 litros, com piso nivelado em duas opções e um compartimento abaixo para os cabos de carregamento.
Agrada no pedal e no “life” da bateria
O Chevrolet Equinox EV não é um carro pequeno e nem tão pouco leve, pesando 2.336 kg, uma massa que a plataforma Ultium impõe sobre a proposta. Nesta versão, ele tem dois motores e tração AWD.
São 146 cavalos e 23 kgfm em cada motor, instalados nos dois eixos e somando 292 cavalos e 46 kgfm, alimentado por uma bateria Ultium de 85 kWh. Apesar dos 4,84 m de comprimento, 1,95 m de largura, 1,64 m de altura e 2,95 m de entre eixos, o grandalhão é ágil.

Com os modos Normal, Esportivo, Neve e Meu Modo (Individual), o Equinox EV é dócil a princípio, podendo ser conduzido de forma econômica sem este modo de fato, com a distribuição de força agindo bem.
Pisando fundo, o crossover parte com bom controle sobre a enorme cavalaria imediata, com progressão impressionante pelos números não baterem, afinal, são 2,3 toneladas. Segundo a GM, ele vai de 0 a 100 km/h em 5,8 segundos, com final de 184 km/h.
Isso se obtém no modo Esportivo, onde toda a energia é colocada nas rodas. Na cidade, ele sempre sobra em saídas, embora deslize suavemente em uma condução mais frugal. O freio regenerativo tem dois níveis e poupa muito os freios, sendo mais firme que o comum.
O consumo na cidade é de 5,6 km/kWh na cidade e 4,9 km/kWh a 80 km/h, 4,5 km/kWh a 100 km/h e 4,1 km/kWh a 120 km/h. A autonomia oficial é de 443 km, mas a bateria ultrapassa 500 km de autonomia com 100% da carga.

Difícil ir até o final da carga sem correr o risco de uma situação perigosa, mas consegue-se rodar bem mais de 400 km literalmente. O tempo de recarga numa tomada 220V aterrada é longo, mas em 10 horas conseguimos recuperar mais de 45% da carga.
A suspensão é macia, focada no conforto e absorve bem as irregularidades do asfalto, assim como outros tipos de pavimento. O conjunto é sólido e a direção é bem responsiva, mas os freios são borrachudos e necessitam de atenção.
O sistema de frenagem automática de emergência é muito invasivo e dá até sustos, parando literalmente o veículo e incomodando demais. O temor é de uma colisão traseira nesse caso, em trânsito pesado.
No Equinox EV, há um bom pacote ADAS com controle de cruzeiro adaptativo, assistente de faixa com boa centralização e detector de pedestres. Durante o teste, o SUV elétrico não desligou um dia e foi necessário encontrar a função de desligamento via OnStar.

É que o Equinox EV não tem botão físico de partida. Basta entrar, fechar a porta e engatar drive, assim como basta colocar em “P” e também sair, mas como a maioria dos carros americanos, é preciso ficar de olho no freio de estacionamento eletrônico, apertando-o.
A experiência ao volante do Equinox EV é interessante inicialmente, mas detalhes como o sistema de frenagem autônoma intrusivo não ajudam ao longo do tempo e cansam. A conectividade, a falta de recarga indutiva para Android e o tamanho do carro não agradam.
Tamanho? Ele é enorme, como um Audi Q8 e-tron, só que de marca popular. Para estacionar, só é possível graças ao monitoramento de 360 graus, fundamental para colocar esse carro numa vaga apertada.
Não é luxo para custar tanto
O Chevrolet Equinox EV não é um carro de luxo, mas um carro elétrico grande, que cobra exatamente por ser assim. Como proposta, é caro, visto existirem opções de carros de luxo elétricos na mesma faixa de preço.

O Volvo EX40 Ultra custa R$ 379.950 com autonomia de 393 km, porém, é bem menor, embora com espaço interno bom. Também vai de 0 a 100 km/h em 4,8 segundos por ser mais potente.
Já os Mercedes-Benz EQA e EQB só possuem tração dianteira, custando R$ 399.900 e R$ 449.900, respectivamente. Nesse caso, o Equinox EV tem a vantagem de ser mais potente e ter maior alcance, que nos alemães são bem limitados.
Pouco acima, o BMW iX2 sai por R$ 463.950 e tem o status de carro de luxo, mas tem somente 190 cavalos e autonomia de 331 km.
Como se vê, o Equinox EV tem vantagem sobre a maioria dos concorrentes, mas não tem a imagem de luxo. Poderia custar menos para fazer jus ao nome. Vale a pena? Olhe outro Equinox…
Chevrolet Equinox EV 2025 – Galeria de fotos

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