O governo de Javier Milei segue promovendo mudanças significativas na economia argentina, agora voltando sua atenção para a indústria automobilística.
Após anunciar reduções nos impostos sobre exportação de produtos agrícolas, a administração decidiu cortar tributos sobre veículos de luxo e elétricos, uma medida que pode impactar tanto o mercado interno quanto a competitividade do setor no país.
O ministro da Economia, Luis “Toto” Caputo, revelou nesta terça-feira (28) que os impostos para carros considerados de luxo sofrerão cortes expressivos ou até mesmo eliminação, dependendo do valor do automóvel.
Modelos avaliados entre US$ 39 mil e US$ 71 mil terão isenção total de impostos, enquanto os que ultrapassam essa faixa terão sua tributação reduzida de 35% para 18%.
Segundo Caputo, essa decisão pode levar a uma redução de preços entre 15% e 20%, estimulando a demanda por esses veículos. A mudança entra em vigor a partir de fevereiro.
Outra decisão importante foi a eliminação das tarifas de importação para veículos elétricos e híbridos de menor custo, com a intenção de tornar essas opções mais acessíveis ao consumidor argentino.
No entanto, haverá um limite de 50 mil unidades anuais que poderão ser trazidas ao país dentro dessa isenção.
O governo também anunciou que motos com valores entre US$ 14 mil e US$ 22 mil deixarão de ser tributadas internamente, conforme comunicado do porta-voz de Milei, Manuel Adorni.
Além dos incentivos ao setor automotivo, a Argentina iniciou uma ampla reforma na burocracia relacionada à documentação de veículos. O Ministério da Justiça já ordenou o fechamento de 155 registros automotrizes, órgãos responsáveis pelo licenciamento e transferência de propriedade de veículos.
Ao todo, foram encerrados 320 registros, o que equivale a uma redução de 20% no total de unidades existentes antes da posse de Milei. Segundo Adorni, esses registros serviam apenas para onerar os contribuintes sem oferecer benefícios reais à população.
Essas medidas ocorrem em um momento no qual a equipe econômica do governo busca novas negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Após reuniões realizadas nos últimos dias, o FMI pode anunciar na próxima quinta-feira (30) um novo empréstimo à Argentina, estimado em US$ 11 bilhões.
Esse possível acordo ocorre em meio a um cenário de recuperação econômica no país, que registrou um superávit comercial recorde de US$ 18,9 bilhões em 2024, ultrapassando o recorde anterior de US$ 16,89 bilhões registrado em 2009.
O impacto das medidas já implementadas pelo governo Milei também tem sido sentido na inflação. Desde que assumiu a presidência, em dezembro de 2023, a inflação mensal caiu de 25,5% para 2,7% no último mês.
Com essas novas iniciativas voltadas ao setor automotivo e à redução da burocracia, o governo busca estimular ainda mais a economia e atrair investimentos para a indústria nacional.
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