
A Tesla viu suas vendas despencarem na Alemanha em janeiro, registrando uma queda impressionante de 59 por cento.
A montadora, que tem sede em Austin, Texas, emplacou apenas 1.277 novos carros no país, o menor número mensal desde julho de 2021 – época em que o mundo ainda lidava com os impactos da pandemia.
O pior é que esse tombo aconteceu em um mercado de veículos elétricos que, ao contrário da Tesla, cresceu 54 por cento no mesmo período, segundo a Bloomberg.
Enquanto isso, Elon Musk tem se envolvido cada vez mais na política, tanto nos Estados Unidos quanto na Alemanha. Isso levanta a suspeita de que sua aproximação com a extrema-direita alemã, especificamente com o partido “Alternativa para a Alemanha” (AfD), pode estar afastando consumidores.
A situação da Tesla também não foi muito melhor no restante da Europa. No Reino Unido, as vendas caíram 12 por cento, mas o mercado de elétricos como um todo cresceu 35 por cento.
Na França, a Tesla despencou 63 por cento, enquanto as vendas de veículos elétricos no país tiveram uma leve queda de apenas meio por cento. A mesma tendência negativa se repetiu em países como Suécia (queda de 44 por cento), Noruega (38 por cento) e Holanda (42 por cento).
A crise da Tesla na Alemanha pode estar diretamente ligada às recentes declarações polêmicas de Musk.
No início deste ano, ele participou de uma conversa ao vivo com a líder do AfD, Alice Weidel, em sua rede social X, antes das eleições federais alemãs marcadas para 23 de fevereiro.
Durante o bate-papo, Musk fez comentários controversos sobre o passado nazista da Alemanha.
Ele incentivou os alemães a sentirem orgulho de sua cultura e sugeriu que o país não deveria se preocupar tanto com “culpa do passado”, uma clara referência aos crimes cometidos durante a Segunda Guerra Mundial.
O momento de sua declaração não poderia ter sido pior, já que aconteceu pouco antes do 80º aniversário da libertação de Auschwitz. A reação do público alemão foi imediata e negativa, com muitas críticas às palavras de Musk.
Se as vendas da Tesla na Europa continuarão a despencar ainda é uma incógnita, mas a relação entre a imagem pública de Musk e a demanda pelos carros da marca nunca pareceu tão clara.

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