A Volvo propôs uma solução inovadora para aumentar a eficiência de veículos elétricos: usar o sistema de aquecimento do carro para aquecer as janelas externas e reduzir a resistência do ar.
Esse conceito curioso, detalhado em uma patente recém publicada, sugere que o aquecimento do ar próximo à superfície externa do veículo pode melhorar a aerodinâmica, aumentar a eficiência e, potencialmente, a autonomia dos EVs.
O princípio por trás da ideia está relacionado à densidade do ar.
Ar aquecido é menos denso, e quando uma camada de ar próxima à superfície externa do carro é aquecida, a resistência ao movimento (ou arrasto) é reduzida. Isso torna mais fácil para o veículo cortar o ar, economizando energia e aumentando sua eficiência.
De acordo com a patente da Volvo, o sistema aproveitaria os aquecedores já existentes nos carros, utilizando-os para aquecer estrategicamente partes da superfície externa, como as janelas.
Essa abordagem não exige novos componentes complexos, apenas ajustes nos módulos eletrônicos e no software do veículo.
O documento descreve o processo assim:
“O método compreende o uso de um sistema de aquecimento do veículo para aquecer ao menos uma parte da superfície externa do veículo. […] O aquecimento de uma parte da superfície externa causa o aquecimento de uma camada de ar adjacente. Consequentemente, a densidade do ar nessa camada é reduzida. Como a resistência aerodinâmica é função da densidade do ar, o aquecimento reduz o arrasto e, assim, aumenta a eficiência do veículo.”
A aplicação pode incluir todas as janelas do carro, já que o ar que passa pelas laterais e pela traseira também contribui para o arrasto. Ao aquecer mais áreas, o carro se torna mais aerodinâmico e, teoricamente, mais econômico em termos de consumo de energia.
Um dos aspectos mais interessantes desse conceito é que ele utiliza peças já disponíveis nos veículos, como os aquecedores existentes e sistemas eletrônicos padrão. Isso pode facilitar sua implementação em modelos futuros sem aumentar significativamente os custos de produção.
No entanto, o método levanta questões sobre precisão e eficácia. Será que os aquecedores atuais conseguem gerar calor suficiente e distribuí-lo uniformemente para produzir resultados mensuráveis?
A patente não entra em detalhes sobre como isso seria calibrado, mas, como sempre, a implementação prática pode revelar limitações.
Embora a ideia pareça promissora, é importante lembrar que a maioria das patentes automotivas não chega à produção.
Ainda assim, essa proposta destaca o compromisso da Volvo em explorar soluções criativas para melhorar a eficiência dos EVs, aproveitando ao máximo tecnologias já existentes.
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