A Renault anunciou que está disponibilizando gratuitamente sua tecnologia patenteada Fireman Access para a indústria automotiva global.
Tanto montadoras quanto fornecedores de peças poderão obter uma licença sem custo para usar esse sistema, que permite extinguir incêndios em baterias de veículos elétricos no mesmo tempo que um incêndio em um carro a combustão.
Essa é uma inovação significativa, já que incêndios em EVs podem levar horas para serem completamente apagados e consomem grandes quantidades de água devido ao fenômeno conhecido como “thermal runaway”.
Para desenvolver essa solução, a Renault trabalhou diretamente com equipes de bombeiros e criou um método simples, porém eficaz. O sistema consiste em um disco adesivo posicionado sobre uma abertura no invólucro da bateria.
Em caso de incêndio, um jato de água de alta pressão ativa um mecanismo que remove o disco, permitindo que a água entre diretamente nas células da bateria e interrompa o superaquecimento antes que o fogo se alastre.
Essa abordagem exige que os bombeiros cheguem rapidamente ao local, e se o incêndio for causado pela própria bateria, sua eficácia pode ser limitada. No entanto, trata-se de um avanço expressivo na segurança de EVs.
O fenômeno do thermal runaway ocorre quando uma célula da bateria entra em curto-circuito, superaquece e libera gases altamente inflamáveis, que podem incendiar as demais células em uma reação em cadeia.
Uma vez iniciado, esse processo torna o incêndio extremamente difícil de controlar, podendo causar grandes danos aos arredores do veículo. Embora os incêndios em EVs ganhem muita atenção na mídia, estatísticas indicam que veículos híbridos podem estar mais propensos a esse tipo de incidente.
Isso ocorre porque a principal causa de incêndios veiculares ainda está relacionada aos sistemas de combustível dos motores a combustão. Mas, os EVs possuem baterias significativamente maiores, o que aumenta os riscos quando um incêndio ocorre.
O CEO da Renault Group, Luca de Meo, destacou a importância da inovação na segurança viária e enfatizou a parceria com os bombeiros no desenvolvimento dessa tecnologia.
Segundo ele, a Renault tem o compromisso de tornar a mobilidade mais segura e, por isso, decidiu disponibilizar gratuitamente essa solução.
Ele comparou a iniciativa ao compromisso da empresa com a ONU para melhorar a segurança viária global e afirmou que, quando se trata de segurança, todas as barreiras devem ser eliminadas.
Essa decisão da Renault lembra a atitude da Volvo nos anos 1960, quando a marca sueca desenvolveu o cinto de segurança de três pontos, patenteou a invenção e, em seguida, abriu a tecnologia para toda a indústria automotiva sem cobrar royalties.
A medida revolucionou a segurança veicular e ajudou a salvar milhões de vidas ao longo das décadas.
Caso as montadoras adotem amplamente o Fireman Access, a Renault pode entrar para a história da indústria automotiva como uma das marcas que mais contribuíram para a segurança dos motoristas e passageiros.
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