A Mitsubishi está começando a pensar em deixar pra lá a tal fusão com a Honda e a Nissan, para preservar sua autonomia

nissan honda mitsubishi
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A Mitsubishi Motors Corp. está inclinada a não participar das negociações de fusão entre a Honda Motor Co. e a Nissan Motor Co., segundo informações do jornal The Yomiuri Shimbun.

A montadora japonesa, que inicialmente considerava entrar nas conversas, agora avalia manter sua estrutura atual enquanto reforça a cooperação técnica e comercial com as duas empresas.

A Honda e a Nissan estão discutindo a criação de uma holding conjunta que abrigaria as operações de ambas.

A Mitsubishi, por outro lado, vê benefícios em preservar sua autonomia para decisões mais flexíveis, com foco em expandir sua forte participação no mercado do Sudeste Asiático, que é um território estratégico para a marca.

Em 2016, a Nissan adquiriu 34% de participação na Mitsubishi Motors durante uma crise gerencial enfrentada pela montadora, desencadeada por um escândalo de manipulação de dados de consumo de combustível.

Atualmente, a Nissan detém 27% das ações da Mitsubishi, configurando-a como uma afiliada por método de equivalência patrimonial.

Inicialmente, parecia que a Mitsubishi poderia complementar a fusão com sua força no mercado do Sudeste Asiático, enquanto Honda e Nissan focam principalmente nos Estados Unidos.

No entanto, várias razões levaram a empresa a reconsiderar.

Entre os fatores estão preocupações com a capacidade da Mitsubishi de influenciar decisões gerenciais dentro de uma holding dominada por Honda e Nissan.

A capitalização de mercado da Mitsubishi, de cerca de ¥700 bilhões, é significativamente menor do que a da Honda (¥7,9 trilhões) e da Nissan (¥1,6 trilhões).

Além disso, grandes acionistas, como a Mitsubishi Corp., que possui 20% das ações, defendem que a empresa observe primeiro os resultados das reformas em andamento na Nissan antes de se comprometer com uma integração mais ampla.

Embora a Mitsubishi esteja decidida a, por ora, em não avançar na fusão, a empresa acredita que a cooperação técnica com Honda e Nissan pode continuar.

Compartilhar tecnologias e veículos sem integração total é visto como uma maneira eficaz de reduzir os altos custos de desenvolvimento em áreas como direção autônoma e veículos de próxima geração, como aqueles definidos por software, cuja capacidade pode ser aprimorada com atualizações.

Mesmo sem incluir as vendas da Mitsubishi, o volume global combinado da Honda e Nissan foi de 7,35 milhões de unidades em 2023, tornando-as o terceiro maior grupo automotivo do mundo.

A Mitsubishi, com 780 mil unidades vendidas no mesmo período, poderia complementar esse número, mas prefere focar em sua estratégia independente no momento.

A decisão da Mitsubishi de priorizar sua independência demonstra sua intenção de se concentrar em mercados onde possui vantagens competitivas, enquanto observa atentamente como a fusão entre Honda e Nissan evolui e quais impactos isso pode trazer para o setor automotivo global.


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Autor: Eber do Carmo

Fundador do Notícias Automotivas, com atuação por três décadas no segmento automotivo, tem 18 anos de experiência como jornalista automotivo no Notícias Automotivas, desde que criou o site em 2005. Anteriormente trabalhou em empresas automotivas, nos segmentos de personalização e áudio.