Um grupo de especialistas da Politecnica di Milano preparou um Maserati MC20 Coupé autônomo para a Indy Autonomous Challenge, com apoio da montadora italiana.
O carro atingiu uma impressionante velocidade de 318 km/h (197,7 mph) sem ninguém ao volante durante um teste realizado na pista do Kennedy Space Center, na Flórida, durante o evento 1000 Miglia Experience.
A pista de pouso do Kennedy Space Center, anteriormente usada para operações governamentais e agora um centro de inovação aeroespacial, possui uma das maiores extensões do mundo, com 4,5 km (15.000 pés).
O projeto do veículo autônomo foi desenvolvido pelo PoliMOVE-MSU, divisão de desempenho da Inteligência Artificial de Direção Autônoma da Politecnica di Milano (AIDA), que criou o software de condução autônoma embarcado no Maserati.
O recorde anterior era de 310 km/h (192,8 mph), registrado pelo mesmo grupo da Politecnica di Milano em abril de 2022, na mesma pista, com um carro de corrida IAC AV-21.
Além disso, o Maserati MC20 autônomo já havia quebrado outro recorde no final de 2024, ao atingir 285 km/h (177 mph) na pista militar de Piacenza, tornando-se o carro de produção autônomo mais rápido do mundo.
Paul Mitchell, CEO da Indy Autonomous Challenge e da Aidoptation BV, explicou que esses testes extremos mostram a evolução da inteligência artificial na condução de veículos e a capacidade dos sistemas de robótica em situações de alta velocidade.
Desde 2021, os sistemas autônomos da competição vêm sendo testados em carros de produção a velocidades compatíveis com o tráfego urbano, e agora são levados ao limite para avaliar seu desempenho em cenários extremos.
Enquanto isso, outro Maserati MC20 Cielo conversível participou do evento 1000 Miglia Experience Florida, reforçando a presença da marca em testes de tecnologia autônoma.
Dois anos atrás, um modelo semelhante percorreu 60 km de forma autônoma pela Itália, e no ano passado, um Maserati GranCabrio autônomo integrou a 1000 Miglia no país europeu. Agora, o MC20 Cielo cruzará os Estados Unidos para exibir a engenharia italiana.
Apesar dos avanços tecnológicos e da visibilidade conquistada com esses recordes, a Maserati enfrenta dificuldades no mercado.
A marca encerrou 2024 com um volume de vendas preocupante: apenas 10.341 unidades foram comercializadas no mundo todo, representando uma queda de 39% em relação ao ano anterior.
Nos Estados Unidos, as vendas caíram 37%, totalizando 4.819 unidades. A produção do MC20 também despencou, com uma redução de 79%.
A falta de novos produtos e os preços elevados parecem ser os principais fatores por trás do declínio. O Maserati MC20, por exemplo, tem preço inicial em torno de 243.000 dólares e oferece um motor V6 de 621 cv, enquanto o Porsche 911 Turbo S, que entrega 640 cv, parte de 233.295 dólares.
Para piorar a situação, a Maserati anunciou que o lançamento das versões elétricas do Levante e do Quattroporte foi adiado para 2027 e 2028, respectivamente. A montadora tinha planos de se tornar uma marca 100% elétrica até 2028, mas esse objetivo já parece inviável.
Outro golpe veio com o fim da produção do Maserati Quattroporte de sétima geração, que saiu de linha no final de 2023 após dez anos no mercado, deixando uma grande lacuna no portfólio da marca.
O Ghibli também foi descontinuado sem previsão de um sucessor. Ambos os modelos, juntamente com o Levante, eram baseados na plataforma M156, desenvolvida sob a gestão da Fiat sobre a Maserati, e a fábrica de Mirafiori agora precisa passar por um processo de reestruturação.
A situação fica ainda mais crítica com o adiamento indefinido do Maserati MC20 Folgore, a aguardada versão elétrica do superesportivo.
O modelo estava previsto para ser lançado em 2022, mas foi adiado diversas vezes, e agora há rumores de que pode ser cancelado devido ao fraco desempenho do mercado de elétricos.
O novo CEO da Maserati, Santo Ficili, nomeado em outubro de 2024, reconhece que a marca precisa mudar sua estratégia de vendas para voltar a ser competitiva.
Enquanto isso, recordes como os alcançados pelo MC20 autônomo mantêm a Maserati em evidência, podendo atrair um novo público interessado em tecnologia e inovação.
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